sábado, 27 de junho de 2009

Últimas apresentações do espetáculo de dança "LEVE"



O espetáculo de dança Leve faz suas últimas apresentações da temporada no Teatro Hermilo Borba Filho, neste fim de semana. O trabalho transporta para a cena as sensações, os sentimentos e os questionamentos do ser humano diante da morte. O trabalho foi criado sob a perspectiva de quem viveu a perda, a partir das vivências das criadoras-bailarinas Maria Agrelli e Renata Muniz. As sensações de impotência, saudade, dor, raiva, confusão, alívio se mesclam na cena do espetáculo, desvelados pelo corpo das bailarinas e pela atmosfera criada para este trabalho. O espetáculo foi viabilizado por meio do incentivo do Fundo de Incentivo a Cultura de Pernambuco, do governo estadual.


últimos dias: 26, 27 e 28 de junho de 2009 (sexta, sábado e domingo)
Hora: 20h30
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Endereço: Rua do Apolo, 121 – Recife Antigo
Ingresso: R$ 5,00



sexta-feira, 19 de junho de 2009

fim de semana EXTRA do espetáculo de dança "LEVE"

apresentações EXTRAS do espetáculo de dança "LEVE" neste final de semana

No Teatro Hermilo Borba Filho
nos dias 20 e 21 junho de 2009.
(sábado e domingo)
às 20h30
R$ 5,00.
informações:
91624795 - Adriana Milet
87545406 - Carminha Lins
3232-2030 - Teatro Hermilo

FICHA TÉCNICA:

Concepção, criação e coreografia - Maria Agrelli e Renata Muniz
Bailarinas - Maria Agrelli e Renata Muniz
Assistente de coreografia - Liana Gesteira
Consultora artística - Valéria Vicente
Preparação corporal - Liana Gesteira e Luiz Roberto da Silva
Pesquisa teórica e diário de criação - Renata Pimentel
Trilha sonora original - Isaar
Músicos - Lito Viana, João do Cello, Cláudio Rabeca, Gabriel Melo e Sid3
Iluminação(criação e execução) - Luciana Raposo
Figurino(criação) - Maria Agrelli
Figurino(execução) - Maria Lima
Cenário e design gráfico - Isabella Aragão e Luciana de Mari
Cenário(execução) - Martiniano Almeida
Cenotécnico e operador de som - Almir Negreiros
Produção - Adriana Milet e Carminha Lins
Assistente de produção - Juliana de Almeida
Assessoria de imprensa - Liana Gesteira
Fotógrafo - Breno César
Arte-educadora - Maria Clara Camarotti

http://levediario.blogspot.com/

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Inspirada no espetáculo, Nathalia Queiroz escreveu...

Leve
Foi preciso sentir saudade. Abri-te a janela para ver-te azul cintilante. Fechar os olhos para desenhar-te em pálpebras, teu perfil perfeito. Foi preciso sentir saudade. Ficar distante. Outra cidade. Foi preciso um matar de tempo, qualquer outro canto, outra língua. Um pouco de isolamento e ver-te mais perto ainda. Foi preciso mergulhar outros ares. Apnéia, ares profundos. Desbravar qualquer outra parte, nadar outros mares, outros mares, costurar pele, arrancar vícios, desatar-se, foi preciso um espaço enorme. Foi preciso ensaiar fuga, construir redoma, enfeitar paredes. Foi preciso tecidos e luzes, inventar beleza que sustentasse tua ausência. Foi preciso uma força enorme.Foi preciso uma dor gigante, fazer-se errante, um olhar um tão vago. Qualquer coisa, sem teu abraço. Um canto que não fosse meu. Um jeito que não fosse eu. Um corpo que não fosse tu, para eu fechar meus olhos e desenhar-te em minhas pálpebras, teu perfil perfeito. Foi preciso um estar não estando. E fazendo um fazer não tão fácil. Um andar que nem sempre preciso. Um falar muito mais quando calo. Foi preciso uma força com suspiro de impulso. Uma força enorme. Qualquer outro canto. Outra língua. Um espaço enorme para sonhar-te. Abrir-te janela, ver-te, azul cintilante. Foi preciso ficar distante. Foi preciso fazer-se à parte, para que se fizesse urgente matar saudade.

sábado, 13 de junho de 2009

A leveSa e o peZo


É possível coreografar a ausência? Que movimento corresponde ao silêncio? Como revelar o invisível?

Essas perguntas são respondidas com grande maturidade artística ao longo do espetáculo Leve, concebido e protagonizado pelas bailarinas Renata Muniz e Maria Agrelli.

O espetáculo é um mergulho interior, amparado por uma atmosfera visual e sonora que parece liberar tempo. As bailarinas nos fazem viver o nó da dor e o colo da saudade; o peso da queda e a leveza de voltar a se levantar. Leveza lavada com lágrimas.

Lembro as palavras de Bachelard: "O sonhador se vai à deriva. Um verdadeiro poeta não se satisfaz com essa imaginação evasiva. Cada poeta nos deve, então, seu convite à viagem [...] Uma realidade iluminada por um poeta tem ao menos a novidade de um esclarecimento inédito. Porque o poeta nos revela uma nuance fugidia, aprendemos a imaginar toda nuance como uma mudança. Apenas a imaginação pode ver as nuances, ela lhes alcança na passagem de uma cor a outra" (L'air et les songes)

Maria e Renata são poetas verdadeiras. Elas fazem dançar a imaginação e despertam nossa percepção para o movimento das cores da vida que se desprende do luto e da incompreensão pela dor da perda.

Leve é um espetáculo de dança. Entretanto, o corpo não reivindica para si o papel de instrumento principal. Os movimentos são mínimos, preci(o)sos, e muitas vezes se deixam apagar pela música e pelo cenário: na dança do invisível, o corpo sabe se calar para que fale aquilo que não se traduz em gesto.

O grande feito das artistas é nos fazer sentir na pele a densidade da leveza e o lado etéreo do peso (aprendizado possível apenas com a vivência). Ao sairmos do espetáculo, permanece a clara sensação de termos partilhado a sabedoria de uma humanidade profunda.

Agradeço de coração.

Por Conrado Falbo

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Mais impressões do público...

No domingo, Alessandra Callado foi nos assistir e, ontem, me enviou as seguintes palavras sobre a experiência que vivenciou durante Leve:

"Hoje a morte me assoprou ao ouvido.
Um sussurro frio, baixo, conhecido.
Como se me visitasse,
para lembrar que está sempre por perto.
Perda presente.
Vazio concreto."
(09/06/2009)

(postado por Renata Pimentel)

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Estreamos e...

Após o primeiro final de semana de estreia, com a casa cheia, recebemos os abraços, as lágrimas emocionadas, os parabéns e as palavras da plateia. E começamos, também, a receber as impressões e os sentimentos escritos de alguns dos espectadores. A partir de agora, vamos abrir o espaço para as postagens de alguns que quiserem se manifestar sobre Leve. Iniciamos com as palavras de Renata Amaral, em breve relato:

"Só para dizer que fiquei sem palavras (suprassumo da contradição!) na sexta (Renata foi assistir à estreia mesmo). Muito bonito. Muito mesmo. E muito triste. Nada de leve, viu, 'propaganda enganosa', digo logo. Foi bem pesado. Dá uma angústia, mas que não suprime a beleza. Eu não sei se já tinha visto alguma dança dizer tanto!
Beijos,Renata."

segunda-feira, 1 de junho de 2009