terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Equipe de Criação de LEVE

O espetáculo "Leve" nasceu de uma idéia original das bailarinas Maria Agrelli e Renata Muniz, que serão as executantes. Além delas, uma equipe está articulada para, junta, criar:

Concepção, direção, coreografia e intérpretes: Maria Agrelli e Renata Muniz
Assistente de coreografia e "insistente de criação": Liana Gesteira
Pesquisa teórica e diário de criação: Renata Pimentel
Dramaturgia: Valéria Vicente
Preparador corporal: Luiz Roberto da Silva
Trilha sonora original: Isaar França
Iluminação (criação e execução): Luciana Raposo
Figurino (criação): Maria Agrelli
Figurino (execução): Maria Lima
Cenário (criação e execução): Isabella Aragão e Luciana De Mari
Produção: Adriana Milet e Juliana de Almeida
Arte-educadora: Maria Clara Camarotti

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Carta XIII – A MORTE NO TARÔ

E como hoje é uma sexta-feira 13, dia de superstições, lembro-me da Carta 13 do tarô, justamente a Morte...





Um esqueleto armado de uma foice limpa o terreno ao seu redor, no qual aparecem as cabeças (o sol e a lua) e mãos de vítimas. Em geral, esta é a carta do tarô que provoca mais temor, no entanto, sua simbologia não é necessariamente negativa e, em muitos casos, pode trazer mensagens bastante positivas.
Essa representação da morte tem origem na idade média, época em que a morte era tida como figura niveladora, pois ela se apresenta da mesma maneira a todas as pessoas, ceifando a vida de reis, rainhas, bispos, senhores, camponeses e servos sem fazer distinções.
Assim, a morte se tornou o símbolo que evidenciava a inutilidade de toda a riqueza, poder ou vaidade. Por isso, essa carta simboliza a transformação que destrói as coisas para que possam ser reconstruídas depois. É uma transformação inevitável ou mesmo um rejuvenescimento.
Como o nome não está no pé da carta e sim em cima, esse arcano não representa a morte física puramente, mas sim a superação e a transformação para algo novo.
E como as folhas caídas no chão do desenho, nós também temos que derrubar algo de nossas vidas para dar espaço ao novo, assim como fazem as árvores no outono.
A morte é o símbolo de toda transformação imediata e radical e não significa a morte física; no plano mental, anuncia o caráter renovador que transforma tudo por meio do renascimento.
É também o fim necessário de um ciclo, ou a certeza de que algo está para terminar, é chegada a hora de uma transformação de fato, no sentido de uma regeneração espiritual, após o reconhecimento da futilidade da realidade, é a "morte" material. A divindade que aparece representada na carta é Hades.

(postado por Renata Pimentel)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

"Morte e Vida"

Trecho bastante pertinente de um artigo de João Pereira Coutinho, para o caderno Ilustrada, da Folha de São Paulo, em 25 de novembro de 2008:

"(...)
Admirável. Durante séculos, a civilização soube acomodar a morte entre os vivos, porque uma vida feliz implicava, como Montaigne dizia, aprender a morrer: aprender que a finitude da vida revaloriza a própria vida. Porque só a consciência plena do fim nos permite uma entrega total aos entretantos. Como dizia um conhecido historiador francês, a morte estava no centro da vida como a igreja no centro da vila.
Tudo mudou. Conheço casos de gente que, por questão de princípio, não vai a funerais (exceto, presumo, ao próprio). Hoje, a morte é um embaraço que se intromete entre uma festa de juventude permanente. Mesmo que essa festa tenha prazo: 73 ou 74 anos de saúde boa para homens ou mulheres. O resto é desperdício.
O resto é pó, como o pó que cai sobre o caixão. Olho para a cova, ouço a terra que cai sobre a madeira. Tenho um céu de chumbo sobre mim. Irá chover, não tarda. Mas, antes que os céuas se abram em choro sobre o mundo, dou por mim numa oração íntima em frente ao meu destino. E então peço que me dê a graça e a sabedoria de partir na altura certa.
Meu Deus, faz com que eu morra vivo. Não me dês a eternidade ilusória nem suspendas o meu pobre corpo no limbo dos homens. Ensina-me a morrer, a única forma de eu aprender a viver com a consciência de que todos os dias da minha vida são frágeis e temporários, e, por isso, valiosos. Concede-me essa dádiva, e eu prometo que não irei estragá-la com a ganância própria dos desesperados."

(Sugiro a leitura do artigo completo, aos que o puderem fazer)

(postado por Renata Pimentel)