domingo, 5 de julho de 2009

Leve permanece ecoando

... mesmo após encerrada a temporada de estreia do espetáculo, ainda nos chegam palavras, impressões, sentimentos de espectadores, como esta declaração a seguir:

"A leveza sobrepõe o pesado.
Nunca havia presenciado algo do tipo, tinha no pensamento um espetáculo de dança completamente diferente, uma apresentação de expressão corporal como tantas outras. No entanto, surpreendeu todas as minhas expectativas. Não era apenas um espetáculo de dança, era a apresentação de sentimentos diversos, misturados, que invadem o ser humano diante da morte, sensação que não se pode explicar: desepero, angústia, incerteza, raiva, dor, fragilidade, impotência, (des)conforto, solidão, saudade, esperança, alívio...
Um verdadeiro espetáculo de tudo aquilo que faz o homem. No início, leveza é o que menos se sente, mas no decorrer da dança a sensação de peso vai cada vez mais se desafogando, e a verdadeira intenção vai se percebendo, o desabafo do ser diante do natural e inaceitável momento da vida: a morte! A vida revela-se ao mundo como uma alegria. Há alegria no jogo eternamente variado dos seus matizes, na música das suas vozes, na dança dos seus movimentos. A morte não pode ser verdade, enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano." (por Clara Laiz)

Um comentário:

  1. De início, assisti leve totalmente focada nos movimentos. Depois pude realmente sentir e perceber a intensidade e a complexidade de tudo ali presenciado.
    No meu ponto de vista, tratava-se de uma grande perda. Onde existia a imagem de alguém que partira deixando imensa saudade e descrença pelo fato.
    Os movimentos retratavam a angústia de querer erguer-se para enfrentar tal perda, consegui sentir o conflito do presente real com o futuro indesejado sem o ente querido. Após ler o blog pude entender melhor o espetáculo e percebi ainda mais a complexidade da coisa.
    Associando o meu sentimento a LEVE, me identifiquei. Mexo-me com intensidade e hora com leveza, hora com movimentos bruscos. Sempre em busca de extravasar o que eu tenho interiormente guardado com tristeza e/ou alegria. LEVE despertou em mim as lembranças (agora não mais ocultas) da rejeição e da fragilidade de uma criança indefesa e inocente...
    Enfim, um excelente espetáculo de dança! Parabéns!

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