segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre a trilha

No começo dos estudos de movimento e corpo da dupla Maria Agrelli e Renata Muniz, me veio imediatamente a sonoridade da dupla violoncelo e rabeca. No sábado chuvoso de Zé Pereira vieram as primeiras melodias registradas no celular. Depois convidei o músico e amigo Lito Viana, com quem trabalho há 04 anos e mostrei o que tinha feito. A função de Lito seria intermediar na comunicação com os outros músicos por conta da minha linguagem musical pouco convencional. Gravamos as músicas com voz e violão num MD e depois passei pra CD para apresentar às meninas que imediatamente fizeram seus comentários. Com esse material, a dupla desenvolveu melhor o espetáculo e definiu tempos e marcações.

A parte da pesquisa se deu por conta das excelências. Os lamentos cantados nos velórios, no sertão nordestino. Fui pedir ajuda a Renato Phaelante, na Fundação Joaquim Nabuco, em Apipucos. Das várias excelências que ouvi, todas são explicitamente católicas e a trilha não deveria conter nada que remetesse diretamente a nenhuma verdade religiosa. Também, as gravações não tinham qualidade para serem reproduzidas na forma original. Mas o sentido de cantar para o morto é que é o mais importante. Daí, ouvi as excelências e criei a partir delas a música de abertura do espetáculo.

Mas ainda faltava uma peça importante para o encerramento da trilha. Deveria ser uma música que tratasse o tema de uma forma leve e positiva. Foi quando ouvi pela primeira vez a música da sergipana Patrícia Polayne “Para o Infinito”. Senti que era exatamente o sentido do espetáculo. Para esta música pensei na banda que me acompanha; Sid3, Gabriel Melo e Lito Viana.

Depois disso eu convoquei os outros músicos João do Cello e Cláudio Rabeca. Assistimos juntos ao ensaio. O violão de Lito, muito presente na primeira gravação, não conseguiu ficar de fora. No momento, estamos nos preparando para a gravação.

Escrito por Isaar França



Um comentário:

  1. Caramba, além de uma diva na voz, na composição, na inteligência, natureza musical e na beleza, nossa Isaar escreve bem!! Uma artista completa! Adorei o post, fico orgulhosa de cada parceiro neste trabalho.
    (Renata Pimentel)

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