terça-feira, 12 de maio de 2009

um dia minha mãe morreu

Minha primeira postagem aqui no blog vem meio triste, envolta na semana em que completam cinco anos que minha mãe, Tereza Noronha, faleceu de repente. Segue a poesia escrita um ano depois:

Um dia minha mãe morreu
E foi como se ...
...
Uma mãe tivesse morrido

Morreu, assim, intransitivo
Levando peito, ventre, palavra de mãe
Saiu a terra dos meus pés, e o tempo ficou parado
como a imagem do céu azul enquanto o carro anda

lembro da surdez, do filme mudo que passava em tela panorâmica
lembro do calor, que invadiu minha cabeça
como se uma alma tivesse ali se condensado e saído de mim
da minha irmã sem forças nas pernas
do meu irmão tentando raciocinar
essa dor que não se compartilha, nem com os irmãos

Eu não sabia nada
Não havia metáfora, nem pista de como lidar
Havia o choro, como ainda há
E uma leve esperança de sobreviver.


Valéria Vicente

2 comentários:

  1. eu sempre me emociono com esse poema, Val...
    lindo e sincero.
    Também sinto a mesma dor.
    "essa dor que não se compartilha, nem com os irmãos"
    cheiro

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  2. Eu perdi a minha mae , gotaria de ter um bom poema para meter na campa, da minha querida mae mas ainda nao fui capaz de encontrar esse poema,alguém aqui me pode ajudar ..,,.,
    ,..,,muito obrigado .,,,

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